quarta-feira, 2 de março de 2022

 

Memória dos sentidos


“Um cheiro no ar”   Agradável?

Sim! Era muito agradável o aroma das magnólias da Praça Rocha Pombo em Morretes.

Como era bom sair à noite com minha mãe para visitar a tia Odete! Ela morava na Rua XV e nós no Rocio, do outro lado das linhas do trem, fazíamos sempre o mesmo caminho passando pela praça. Eu devia ter uns 7,8 anos e gostava muito de visitar minha tia que também era minha madrinha.

Ela morava ao lado da padaria do seu Candinho, que fazia pão à noite... Não sei se ele vendia “pão dormido” no dia seguinte, mas lembro perfeitamente do cheiro do pão que se espalhava pelas redondezas! Logo minha tia mandava comprar pão e fazíamos um lanche antes de voltarmos para casa.

Até hoje o perfume das magnólias me transporta a infância e aquela praça que já foi muitas vezes modificada, mas felizmente as árvores foram poupadas!

Espero que as magnólias possam perfumar a lembrança de muita gente, seja na infância ou em qualquer outra fase da vida!


PRAÇA ROCHA POMBO - MORRETES

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Clube 7 de Setembro - PARTE III

 

Caros amigos,

     No dia 31 de outubro de 1949, quando Morretes completou seu ducentésimo décimo sexto aniversário, meu pai proferiu o discurso de saudação a cidade, destacando o  progresso  dos últimos anos e concluiu sua oração com o parágrafo que segue:


CLUBE 7 DE SETEMBRO – PARTE  III

       "A diretoria do Clube 7 de setembro, nesta magna data, congratula-se com todos os associados e com o povo em geral e renova seus propósitos de contribuir para o progresso da nossa terra com a conclusão, em meados do próximo ano, da nova sede do clube, empreendimento que está sendo possível graças a contribuição espontânea e animadora de todo o quadro social.

       Que o povo de Morretes irmanado, sagre de vitória ao acesso, como cantou Silveira Netto, para a nossa felicidade.

          Tenho dito."


CLUBE LITERÁRIO E RECREATIVO 7 DE SETEMBRO

08 de junho de 1913 – primeiros estudos para a sua criação.

05 de julho de 1913 – estatuto e denominação.  

07 de setembro de 1913 – posse da diretoria efetiva.

07 de dezembro de 1950 – inauguração da nova sede.

Ano 2021 ...........................




quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Clube 7 de Setembro - PARTE II

Na tarde do dia 7 de setembro de 1950, teve lugar a inauguração do novo prédio do clube, tendo a fita verde-amarela sido cortada pela sra. Maria Bridaroli Malucelli, esposa do presidente Sebastião Malucelli.

Discursaram na ocasião os Srs. Arlindo de Castro, Miraud Amorim, Luiz Silva e Albuquerque e Octavio Secundino.

À noite realizou-se o baile inaugural, animadíssimo sob a direção da orquestra “Os Baturitês”.

Com a nova sede espaçosa e bonita, localizada na principal rua da cidade o Clube Sete reuniu durante décadas seus sócios para os mais diversos eventos.

Famosos da capital eram contratados para elegantes bailes, dançamos ao som de BEPPI e sua orquestra, tivemos animados carnavais, festas do chopp, tardes dançantes, recitais de piano, festas de formatura, almoços e jantares.

Na terra de ilustres escritores e poetas não podia faltar no nosso clube uma biblioteca e aos poucos foi se formando uma excelente coleção de livros que ficou por muitos anos à disposição dos morretenses amantes da leitura.

Na parede da sala ao lado da biblioteca fotos emolduradas registravam a passagem dos diversos presidentes à frente do clube.

O tempo passou, a vida continuou, o clube sumiu, o prédio caiu, mas as boas lembranças permaneceram!

Eis aqui algumas.......



Baile Comemorativo 7 de Setembro de 1957

Baile Debutantes 1963

 

Baile Debutantes 1955



Baile Debutantes 1951


Baile de Carnaval 1963




Formatura Escola Normal Silveira Netto 1976


Formatura Ginásio Estadual Rocha Pombo 1955



Formatura Escola Normal Silveira Netto 1959



Formatura Colégio Comercial de Morretes






quinta-feira, 7 de outubro de 2021

JUBILEU DE OURO CLUBE 7 DE SETEMBRO

Clube 7 de Setembro


Com a chegada do mês de outubro vem à memória da “velha guarda morretense” o aniversário da nossa cidade.

Logo cedinho ouvíamos os sinos da igreja tocando e foguetes pipocando saudando a idade nova de Morretes!

Pela manhã o programa era o desfile das escolas na Rua XV, organizados sempre com muita criatividade e inspirados na nossa história.

Fechando os festejos à noite seguíamos animadíssimos para o Clube 7 de setembro, mocinhas e senhoras elegantemente vestidas, os jovens e senhores de terno e gravata!


Jubileu de Ouro do Clube 7 de Setembro

 Por Octávio Secundino.


Lá no tranquilo e poético rincão onde deslizam hastes pendentes sobre suas águas, ajardinando lhes as margens de alvos lírios odorosos o Nhundiaquara, numa sociedade de amigos “Sociedade protetora dos operários” iniciaram-se as démarches para a fundação de um clube literário e recreativo o hoje de meio século o “Clube 7 de Setembro”


PRIMEIRA REUNIÃO

 A 8 DE JUNHO DE 1913 PARA OS PRIMEIROS ESTUDOS.

PRESENTES: DR. JOAQUIM PEREIRA FELICIO, ENTÃO JUIZ MUNICIPAL DO ANTIGO TÊRMO,

CORONEL ARSÊNIO GONÇALVES CORDEIRO,

CELSO GONÇALVES CORDEIRO,

MODESTO GONÇALVES CORDEIRO,

JOSÉ ARGEMIRO FERREIRA,

ABRAHÃO ELIAS MAIA,

SALOMÃO ABISAAD.

Deixo de nomear os demais por se tratar de numerosos participantes.     

 

FEZ-SE ENTÃO UMA DIRETORIA PROVISÓRIA

PRESIDENTE: JOÃO RODRIGO DE FREITAS,

TESOUREIRO: EUCLIDES ROCHA,

SECRETÁRIO: MANOEL MENDES CORDEIRO.

COMISSÃO PARA ELABORAR OS ESTATUTOS:

DR. JOAQUIM PEREIRA FELÍCIO,

CORONEL ARSÊNIO GONÇALVES CORDEIRO E

CORONEL BERNARDO GONÇALVES MOREIRA.


Ainda na sede do clube dos operários, em nova reunião a 5 de julho de 1913, foram apresentados os estatutos que foram aprovados , escolhendo-se o nome do clube que ficou sendo “Clube Literário e Recreativo 7 de Setembro”.

No dia 7 de setembro de 1913 foi dada posse a diretoria efetiva eleita. Nos festejos constaram hora de arte e grandioso baile.

A 7 de dezembro do mesmo ano com lista de donativos entre os sócios foram adquiridos móveis e instalado o clube em sede própria onde permaneceu por trinta e quatro anos. A associação prosseguiu sempre oferecendo ótimas programações e no dia 7 de setembro de 1950, com a cidade em festa, o clube recebeu a sua belíssima e definitiva sede na Rua XV de novembro...



               Programa dos Festejos do Cinquentenário do Clube 7 de Setembro. 
                                                           1913-1963


quarta-feira, 7 de agosto de 2019

De Bona fala sobre as telas "O Raio" e "A Tempestade"

Por M.L.De Bona

De Bona conta como surgiu a ideia da pintura das telas dos milagres.
As duas telas a óleo que se encontram na Igreja Matriz (infelizmente em lugar de pouco destaque) de autoria do meu irmão Th. De Bona, representam o cumprimento de uma promessa feita ainda quando o pintor cursava a Real Academia de Veneza, Itália.  

Recebida a graça, teve pressa o artista, tão logo regressou da Península, em cumprir a promessa que era feita ao mesmo tempo pelos nossos demais irmãos Santos, Antônio, Tereza e Maria.
O projeto da pintura inicial era um lindo fundo de altar, o que se tivesse sido concretizado seria uma obra de inestimável valor artístico para Morretes. Infelizmente havia sido doado recentemente o novo altar pelo Dr. Marcelino Nogueira e este era muito alto -  requeria cortá-lo, o que não foi encorajado pelos responsáveis de então. Seria um trabalho idêntico ao que o artista tinha feito para o altar de Santo Antônio, da Igreja de Longarone, Beluno, berço de nossos pais.
Surgiu então a ideia de pintar duas telas, uma para cada lado do interior da Igreja (nave), representando dois milagres da Virgem. Assim é que foi realizada a primeira composição que fixa o instante em que o Sr.Júlio Vila Nova e seus filhos Levito e Itália elevaram suas preces e foram salvos da fúria do mar após a tempestade ter partido ao meio o mastro de sua frágil embarcação, quando iam a festa de N.S. do Rocio em Paranaguá. 


O segundo quadro mostra o momento angustioso em que tendo orado a N.S. do Porto, o Sr. Bepim Malucelli e seus primos, foram, não se sabe como, impulsionados para outro abrigo, caindo segundos após, fulminante raio sobre a bananeira que lhes servia de primitivo amparo, de um avassalador furacão.

No dia da entrega desses louvores artísticos, o Sr. Clemente Consentino de saudosa memória, fez o agradecimento em nome da Irmandade. Nesse mesmo dia o famoso escultor João Turim, nosso conterrâneo, ofertou uma Mater Dolorosa, baixo relevo que é um primor de arte e de expressão.
Foi assim que a Igreja Matriz de Morretes recebeu essas obras a que se deve dar o maior valor, por serem originais dos autores e não simples litografias ou cópias, como se vê comumente nos Templos.
                                                                                           
 Publicado no  Semanário Nhundiaquara, nº12, em 22 de dezembro de 1954


segunda-feira, 3 de junho de 2019

Terminal Rodoviário de Morretes


O Terminal Rodoviário de Morretes...

LEI Nº 826/1985
DÁ DENOMINAÇÃO AO TERMINAL DE ÔNIBUS INTERMUNICIPAL

A Câmara Municipal de Morretes, Estado do Paraná, aprovou a seguinte Lei:
Art. 1º Fica denominado o terminal de ônibus intermunicipal de Morretes,
BRASILIO CARLOS JORGE BUFFARA.
http://www.morretes.pr.leg.br/images/spacer.gifhttp://www.morretes.pr.leg.br/images/spacer.gifArt. 2º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Morretes, 06 de Março de 1985.

ODAHYR CONFORTO VEREADOR 










O Terminal Rodoviário de Morretes recebeu o nome de Brasílio Carlos Jorge Buffara, conhecido como Carlito.
Nascido em 29 de novembro de 1904 no Líbano, chegou ao Brasil ainda criança residindo em Paranaguá por vários anos e fixando-se a seguir na nossa cidade. "Um estrangeiro com alma morretense".
Dedicou-se ao comércio e a política sendo eleito por diversas vezes vereador de Morretes.

Lastimável vermos o estado atual da nossa rodoviária, as fotos falam por si...

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Comprometer-se e servir, por Marcos Luiz De Bona*

Comprometer-se e servir, por MLB, homenagem ao meu pai nascido em 
29 de abril de 1914.



Onde com mais intensidade vivemos quando possuídos do ideal de servir? Nas grandes cidades ou nos lugares pequenos, geralmente pobres?
Eis uma pergunta que não é difícil responder, visto que nas cidades pequenas – é evidente – mais se faz necessária a assistência ao próximo e mesmo a mútua assistência.
Dirão outros que nos grandes centros afluem necessitados de todas as regiões, com penoso acesso e permanência, a procura de alimentos, medicamentos e trabalho, fugindo de situações desfavoráveis, muitas vezes insuportáveis, ingressando em sua maioria em bairros pobres, outros concorrendo para a formação de míseras favelas, que se tornam campo propício à aplicação da assistência social, quando da iniciativa do governo, e do desvelo de piedosas senhoras, ou de sociedades beneficentes, quando da iniciativa particular.
Todavia, não há nessa atividade meritória nas grandes cidades, o reconhecimento pessoal. Trata-se de amparar não a pessoa ou a família, mas sim o grupo, num sentido mais coletivo. Entram os recursos do Estado, dando a impressão aos que são possuídos desses dotes coracionais de que aos poderes públicos cabe a obrigação total de proteção.
Já nos sítios, nos lugarejos, nas cidades pequenas o sentimento cristão de caridade se faz sentir em toda plenitude, através de uma ação desinteressada, dando tudo de si, sofrendo pelos outros, desenvolvendo uma atividade piedosa, no anonimato. Penetrando nos lares, conhecendo os problemas pessoais, vivendo com os que são infelizes Os corações bondosos terão um dia deixar de bater, mas tranquilos pela satisfação do dever cumprido.
Mas não é só com o que diz respeito à pobreza ou à doença que se exercita o ideal de servir. Por quantas outras razões e em quantas outras oportunidades se manifestam o sentimento da bondade, do altruísmo? Poderia ser um ideal servir até como criado, se bons os patrões; servir em vários sentidos a amigos; utilizar-se da sabedoria para ensinar; do amor, para amar; valer-se da capacidade de curar, para minorar os sofrimentos físicos; buscar forças da razão para amparar moralmente; julgar, fazendo justiça. Finalmente, a conquista suprema do ideal de servir – consagrar-se aos serviços de Deus, da Pátria e da Família.



*Artigo escrito por M.L.De Bona
Publicado no O Infalível, de Morretes e no
O Antoninense, em 1968

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Via Sacra de Morretes por Theodoro De Bona

Benção dos quadros da Via Sacra na Igreja Matriz de Morretes - 17/12/1978
Theodoro De Bona em seu atelier
Mais uma Páscoa chegando e a vocês meu convite  para uma visita a Igreja Matriz de Morretes, onde se encontra a Via Sacra de Th. De Bona que figura entre as melhores obras de arte religiosa contemporânea do sul do país.
Foi exposta em 1978 na Biblioteca Pública do Paraná os quatorze quadros seguiram para Morretes. 
Quando meu tio, Theodoro De Bona, ainda morava no Rio de Janeiro recebeu um pedido do padre Walter, pároco de Morretes, para que ele desse uma contribuição da sua arte para a igreja da cidade. Como já havia em De Bona o desejo de pintar uma Via Sacra ele passou a fazer desenhos e esboços e aprofundou suas leituras bíblicas referentes ao assunto, tendo em vista a execução da obra que ocorreu nos anos de 1976 e 1977. Concluída e emolduradas as telas ele mesmo dourou as molduras com ouro em folha, que havia trazido da Itália.

Dedico esta Via Sacra
á memória de minha mãe,
Cesira Bertazzoni De Bona,
que, possuidora de grande fé,
conduziu seus seis filhos pelos
caminhos iluminados por Cristo.




Algumas das telas da Via Sacra:




Uma curiosidade: o pintor se auto-retrata na tela acima




quarta-feira, 20 de março de 2019

Abandono da Estação Ferroviária de Morretes




A viagem de trem pela descida da Serra do mar é um dos programas preferidos pelos turistas que visitam Curitiba e litoral! Viagem e passeios para todos os gostos e bolsos! A duração da viagem é de 04h15 com várias paradas. Com a chegada dos visitantes a antiga e pacata cidade de Morretes se transforma num fervilhante pólo turístico com ótimos restaurantes servindo o famoso barreado, prato típico da região, feira gastronômica,  de artesanato e muita história para contar.
Muitos dos visitantes que consultaram a internet e optaram pelo passeio souberam que Morretes é:
Uma charmosa cidadezinha, daquelas onde parece “que o tempo passa mais devagar”, com suas construções em estilo colonial, uma famosa estação de trem e muita história. É assim que Morretes se destaca como sendo uma das cidades mais pitorescas do caminho para o litoral paranaense.
Estive em Morretes no último fim de semana, quando fui à estação apanhar familiares e amigos turistas que chegavam de Curitiba fiquei muito triste e indignada com a situação de abandono da nossa famosa estação de trem!
Compartilho com vocês algumas imagens para que tirem suas próprias conclusões.




Nossa cidade é privilegiada por sua natureza! Temos o majestoso Pico do Marumbi, o rio Nhundiaquara de águas transparentes, cachoeiras, vegetação exuberante tudo isto presente dos céus! Já tivemos engenhos de erva-mate, de aguardente, minas de ouro, imensos canaviais, usina de açúcar, fábrica de papel e outras atividades econômicas que foram sendo substituídas naturalmente conforme a época. 
Morretes também é conhecida por seu prato típico, o famoso barreado,  que surgiu da necessidade e criatividade dos tropeiros em suas viagens. Bem mais tarde a nossa culinária passou a atrair visitantes de todo o Brasil e exterior e hoje estamos na era do turismo!

 Acoooooorda Morretes !

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Lange de Morretes

Orgulhosos e felizes recebemos a notícia de que Morretes está entre as vinte cidades mais bonitas do Brasil!
Abençoada por Deus e bonita por natureza... repetindo Jorge Ben Jor  e ninguém discute!  
Morretes colírio para os olhos e um prazer para a alma é berço de escritores, historiadores, poetas, músicos, pintores artistas famosos que justificam esta frase, mas não há nada sobre eles que possa ser visto e admirado pelos turistas que visitam a nossa cidade! Perdemos a Galeria Mirtilo Trombini com sua excelente biblioteca. A Casa Rocha Pombo e suas atividades e com ela a sala Theodoro De Bona, funcionam lamentavelmente de forma precária.
No ano do centenário de nascimento do meu tio Th. De Bona, foi relançado o livro “Curitiba pequena Montparnasse” escrito por ele anos antes de seu falecimento. Ele dedicou um capítulo a Frederico Lange, pintor-artista, que nasceu em Morretes, em 5 de maio de 1892, na estrada da América de Cima e acrescentou ao seu nome Morretes – em homenagem à sua terra natal.




Sobre Lange De Bona escreveu: Possuidor de aberta inteligência, vasta cultura adquirida, desenvolveu sua personalidade em direção a tudo que dizia respeito às artes plásticas (...). Dedicando-se exclusivamente à paisagem foi, indiscutivelmente, um entre os melhores pintores impressionistas do Brasil de sua época. Não somente pelas qualidades pictóricas e estudos acadêmicos, que possuía, mas também pelo grande amor que dedicava às nossas paisagens, nas suas diversas modalidades e efeitos surpreendentes (...). Tinha ele a finalidade de pintar um dos mais grandiosos espetáculos que oferece a natureza deste nosso planeta e, justamente, localizado em nosso Estado (...).  E digo ainda mais, agora com meu discernimento amadurecido: - Não conheço nenhum outro pintor do Brasil, que tenha superado Lange pintando as Cataratas do Iguaçu (...).


Lange foi pintor, desenhista, gravador, professor e cientista. Com Turim e Ghelfi criou o Paranismo - movimento de afirmação da cultura paranaense, no final do século XIX - sugeria que os artistas utilizassem em suas obras referências locais, como o pinhão, araucária, erva mate etc.
O pinhão estilizado  geometricamente que compõe as calçadas de Curitiba é obra de Lange.

Calçada em petit pavé - Praça Osório  Curitiba


Igual a muitos artistas possuía algumas extravagâncias... Afirmava coisas absurdas, entre elas, a de sua morte, com data marcada com dois anos de antecedência. Passado o primeiro ano, garantia com muita tranqüilidade, sempre gozando perfeita saúde, que a sua morte iria ocorrer no ano seguinte. Para maior surpresa dos amigos, veio, de fato, a falecer no tempo por ele previsto - 19 de janeiro de 1954 (...). Foi sepultado em Morretes, num espaço provisório, e posteriormente transferido para o túmulo que havia desenhado e encomendado ao amigo  Mikare Thá da grande firma construtora. Foi colocado em pé, virado para a bela montanha do Marumbi, como era seu desejo.
Frederico Lange de Morretes, pintor impressionista brasileiro, repousa no fundo do cemitério de Morretes, ao lado direito de quem entra, tendo como ornamento alguns caramujos, símbolo de sua paixão pela ciência e, tendo como fundo a grandiosa montanha do Marumbi, com seus 1890 metros de altura, na sua imponente beleza tantas vezes pintada por ele e sempre amada (...).


Túmulo idealizado por Lange e construído conforme seu desejo








 Foi o autor do primeiro catálogo de moluscos do Brasil como  também dos principais estudos sobre o assunto e organizou uma exposição com mais de 2000 espécimes.
Acompanhei duas turistas amigas, conhecedoras de artes e admiradoras do artista, ao cemitério de Morretes para conhecer o túmulo, pois sabiam da sua história. Grande foi a nossa decepção ao encontrarmos o local abandonado e a sepultura coberta de mato! 




Contando este fato a uma guia de turismo, que a pedido dos visitantes os levou para conhecer o jazigo de Lange, soube que ela e o grupo também passaram por enorme desapontamento ao encontrar o lugar naquela situação. Lamentável ...nem sequer uma indicação sobre o local do seu túmulo, justamente ele que escolheu permanecer no cemitério da sua terra natal!

A Lei municipal nº 186/2012, sancionada pelo prefeito local em 13/08/2012, estabelece a cobrança de uma taxa de turismo a partir do dia 1º de janeiro de 2013, porém, com ou sem a cobrança dessa taxa muita coisa precisa ser feita na nossa cidade.
Morretes é uma terra privilegiada pela beleza natural, por sua história, pelos cidadãos que se destacaram aqui e lá fora, saboroso barreado,  comércio diversificado e artesanato em abundância.
O que está faltando?


*A despedida do famoso pintor junto ao túmulo foi feita pelo meu pai, em nome dos morretenses, e seu discurso consta do livro “Tenho dito : Morretes e morretenses nos discursos de Marcos Luiz De Bona”.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Canção de Natal


Capela Momerial da noite silenciosa  - Noite Feliz

A história da canção é controversa. O que se sabe é que, na vila de Oberndorf, o padre Joseph Mohr saiu atrás de seu amigo músico Franz Xaver Gruber para que transformasse em melodia um poema que ele havia escrito, a fim de que fosse tocada na missa de Natal que aconteceria horas depois. Algumas fontes dizem que Mohr havia criado a letra dois anos antes, em 1816; outras dizem que o padre escreveu-a no caminho até Gruber, pois, em verdade, Mohr não estava atrás do músico, mas atrás de um instrumento para ser tocado na Missa do Galo de 1818, já que o órgão de sua paróquia teria tido os foles roídos por ratos. Nessa versão, Mohr teria ficado deveras preocupado com a falta de um instrumento e teria inspirado sua letra no humilde Natal de Jesus em Belém.
canção foi originalmente composta para violão e flauta. Um arranjo vocal por Mohr surgiu em 1820. Novos arranjos por Gruber vieram pouco antes de sua morte (1863). Em 1845, o primeiro arranjo para orquestra aparece, e em 1855, um novo arranjo para órgão se vê. Em 1900, a música já era mundialmente conhecida.
A igreja de São Nicolau não existe mais. Foi demolida no começo do séc. XX por sofrer com constantes alagamentos, estando perto do rio Salzach. Em seu lugar, foi construída por volta de 1920-1930, num lugar 800 metros mais alto que o anterior, a Capela Memorial da Noite Silenciosa (Stille-Nacht-Gedächtniskapelle), que, apesar de acolher só 20 pessoas, recebe no fim do ano cerca de 7 mil peregrinos para a missa de Natal, e outros quase 2 mil turistas.

Franz Xaver Gruber

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

PARQUE TEMÁTICO PARANÁ ENCANTADO HISGEOPAR

Recentemente foi inaugurado em Morretes mais um espaço sócio cultural com as imagens da história do Paraná em miniaturas. Conta a história do Estado em diversas maquetes. 
O idealizador e executor do Parque foi Rudi Haupt, oferendo assim mais um excelente local de visitação para os morretenses e turistas.


Essa foto de Paraná Encantado HISGEOPAR é cortesia do TripAdvisor


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Todas as fotos têm direitos autorais e pertencem ao site TripAdvisor.